Hoje vamos conversar sobre os GERÚNDIOS.
Durante a época em que eu ainda estava na universidade, muitos professores pediam para evitar o GERÚNDIO nas redações, pois nem sempre indicava uma boa qualidade do texto, e assim eu fazia.
Depois de formada, comecei a me questionar por que razão eu não poderia usar os gerúndios se é uma forma nominal dos verbos e que, assim como os infinitivos e os particípios, está sistematizado na gramática normativa.
Descobri, então, que o problema não era o uso do gerúndio, mas o próprio ensino da Língua Portuguesa, uma vez que não aprendemos a usá-lo corretamente e é mais fácil para os professores aconselharem a não empregá-lo do que ensinar os alunos a usá-los corretamente.
É claro que, se a pessoa ficar na dúvida, é preferível fazer substituições para não perder pontos nas redações.
No entanto, é bom saber usar os “benditos” gerúndios, por isso preste bastante atenção a três dicas preciosas!
A primeira é que o gerúndio marca uma ação em andamento, na qual não
estão indicados começo e fim.
Por isso deve estar logo após o sujeito a que se refere, como no exemplo:
“Vi Carlos caminhando”
Onde Carlos é que caminhava.
Se o sujeito não estiver logo antes, deve ser separado por vírgula, para não
causar ambiguidade, como ocorre em:
“Encontrei Maria no cinema, comprando pipoca”,
Ou seja, se você não colocar a vírgula, fica parecendo que o cinema é que
estava comprando pipoca e não Maria ou o sujeito.
Percebeu a confusão?
A segunda dica é para tomar cuidado ao usar o gerúndio em frases em que as ações não podem ser realizadas ao mesmo tempo, como em “Ele chegou sentando”.
É lógico que sabemos que a pessoa está querendo dizer que alguém chegou e foi logo se sentar, mas, da forma como está escrito, a informação transmitida é que a pessoa chegou e, ao mesmo tempo, vinha se sentando, bem estranho, não é?
Portanto, use o gerúndio apenas com ações que possam ocorrer ao mesmo tempo, como “Ele chegou cantando” ou “Ele chegou sorrindo”.
A terceira e última dica é não usar o gerúndio com os verbos auxiliares no futuro (“Vou estar estudando” amanhã o dia todo).
Esse é o erro mais notado apesar de todos os outros também serem considerados gerundismo, um terrível vício da linguagem.
Não posso me esquecer de que, há alguns anos, o gerúndio foi até proibido nos textos oficiais do Distrito Federal por um ex-governador, que, sem ter conhecimento de causa, quis se tornar o dono da Língua Portuguesa.
É claro que a injustiça com o gerúndio logo caiu por terra, depois dos devidos esclarecimentos.
Ele foi a público dizer que o gerúndio poderia ser usado sim e o que queria era apenas indicar que as ações governamentais deveriam ser mais rápidas e “aconselhar” a não usar o gerúndio com verbo auxiliar no futuro (“Vou estar enviando” a carta), como, erroneamente, muitos falam e escrevem por aí, pois indica que a ação não ocorrerá tão cedo, ou seja, a carta demoraria para ser enviada ou talvez até nem chegasse a ser expedida, uma vez que não há indicação do término da ação.
Bem, vou finalizando por aqui, pois estou escrevendo muito e talvez você acabe se perdendo com tanta explicação.
Olha o tanto de gerúndio!
Meu conselho é usar o gerúndio apenas quando tiver certeza do uso correto, não sendo esse o caso, evite-o mesmo!